Bastidores

A incrível sensação de escrever um livro

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Terminei meu romance.

O post inteiro poderia ser apenas essa frase. Terminei meu romance. Terminei meu romance.

É claro que ainda estamos na primeira versão, ainda há ajustes e tudo mais, mas sabe há quanto tempo eu não dizia isso? Oito anos. Oito anos de adiamentos, de inseguranças, de dúvida da minha própria capacidade.

Será o melhor livro do mundo? Certamente não. Será o melhor livro que eu já escrevi na minha carreira? Incógnita maior ainda. Mas eu terminei. Eu digitei as últimas cenas e cravei a palavra FIM com muito gosto no final.

E foi um final onde eu teclei furiosamente, ansiosa por terminar, ao mesmo tempo em que chorava com as despedidas dos personagens, o desenrolar das histórias, e enchia meu peito com uma empolgação que há muito tempo eu não experimentava.

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É incrível terminar um livro. É incrível criar pessoas totalmente novas, inseri-las em um contexto, mudar esse contexto, decidir a vida delas de uma linha para a outra e no fim ser totalmente responsável por tudo de bom e de ruim que acontece com elas, e, ainda assim, senti-las mais vivas do que você mesmo pode controlar.

Murakami diz que chega um ponto do livro em que os personagens simplesmente caminham por si só e você apenas coloca isso no papel. Essa é uma verdade acredito que contestada por poucos. Em alguma hora o poder de decisão já não parece mais só seu, mas sim uma parceira, uma concessão, onde os personagens têm a liberdade e você o poder de transmitir isso ao mundo.

Não sei se isso acontece com vocês, mas eu me sinto profundamente próxima dos meus personagens, como uma família, como vizinhos de longa data. Eu sei tudo sobre eles, mas ao mesmo tempo, não sei. O que vai acontecer depois que eu fechar esse livro? Para onde eles vão? Para mim, eles continuarão existindo em alguma realidade paralela e vez ou outra eu me lembrarei deles e me perguntarei: o que Cecília está fazendo agora?

Conheça meus livros

Terminar um livro é chegar no topo da montanha mesmo depois de percorrer um caminho frio, cheio de pedras e mosquitos. Você quer voltar inúmeras vezes, desistir, convencer a si mesmo de que não faz diferença alcançar ou não aquele cume, porque vai ver a vista nem é tão bonita assim. E às vezes não é mesmo! Digo, a minha montanha é diferente da montanha do Stephen King, por exemplo. Quando ele chega lá há uma legião de fãs esperando sedentos para aplaudi-lo. Eu, com sorte, terei meus amigos próximos dizendo “É isso aí, você conseguiu!”, e um sorrisinho bem intencionado.

Ainda assim, é uma sensação ótima. Eu sou capaz. E se fui uma vez, posso ir de novo.

O que você sente ao terminar de escrever um livro?

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