O bloqueio criativo é uma condição bastante particular e cada escritor sabe identificar o seu. Para alguns é não conseguir escrever nada, para outros é não escrever como gostaria e para um bom número esse tipo de barreira sequer existe, é apenas uma lenda. Seja como for, é fato que nem sempre estamos em nossos melhores dias, e chamando isso de bloqueio criativo ou não, hoje eu quero conversar sobre possíveis causas e 3 soluções para o bloqueio criativo
1. Não conseguir escrever
Aqui a questão é sentar na frente do computador e não conseguir bolar uma frase que faça sentido ou expresse o que você quer dizer. Nessa condição nós escrevemos, apagamos, escrevemos, apagamos, apagamos e desistimos. Às vezes dá uma palpitação, uma ansiedade, e duvidamos da nossa própria capacidade de criar algo.
Por que isso acontece?
O problema pode estar no planejamento da narrativa. O planejamento não é um cárcere privado, uma estrutura que precisa ser seguida à risca ou do contrário nada dará certo, mas é um guia, um mapa a ser seguido para evitar que o escritor se perca no caminho.
Quando você não sabe para onde vai, essa sensação de bloqueio fica mais forte.
2. Falta de concentração
Desconcentração na escrita costuma ser um reflexo da falta de concentração em tantas outras atividades. Não quer dizer que seu cérebro está fazendo birra e se recusando a se concentrar só quando você está escrevendo. Costuma ser sintoma de uma atenção fragmentada.
Observe se você não tem tentado ser multitarefa ou tem interrompido afazeres com frequência. Se o celular não tem sido um amigo incoveniente ou se sua mente está como naquela cena de Divertidamente onde os aparelhos dão pane e fica tudo um caos.
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Para solucionar, resolva, na medida do possível, o que tem causado preocupação imeditada. Em seguida, experimente ter um diário e escrever sobre tudo que ronda sua cabeça. Esvazie sua mente no papel e deixe pra lá. Por último, faça cada tarefa com o máximo de foco que conseguir, desde lavar a louça até trabalhar. Concentre-se no que está fazendo. Aos poucos, a concentração vai se desenvolvendo, como um músculo que vai ficando mais forte, e isso logo será refletido na escrita.
3. Achar tudo ruim
Naturalíssimo achar que no universo dos escritores o nosso texto é o coc* do cavalo do bandido e que o bandido, e o próprio cavalo, escrevem melhor do que nós. Isso é comum quando fazemos frequentes comparações e levamos o resultado sempre para o lado ruim. Costumamos olhar para o livro do outro e pensar: nunca vou escrever assim. E provavelmente é verdade, uma vez que toda produção artística é individual e única. Mas isso é bom, você só ainda não se deu conta e ainda não soube tirar proveito disso.
Tirar proveito é comparar o seu texto e identificar pontos de melhoria sem, no entanto, achar que está competindo diretamente com o referencial. Você está competindo consigo mesmo, com o seu texto anterior e o seu texto posterior. É magnífico olhar para produções distintas e ver uma nítida evolução nelas. Ver o quanto você escreveu melhor ao longo do tempo. E é nesse ponto que você deve focar. As inspirações que vêm de fora são úteis para impulsionar e não para bloquear.
Se o problema for, por outro lado, uma questão de criatividade, você sempre pode começar algo novo, como um capítulo, uma cena, ou melhorar o que já está escrito, como um diálogo.
Seja como for, todos nós temos problemas no dia a dia da escrita, e são questões que todo escritor está sujeito a enfrentar. Hoje conversamos apenas sobre três e eu espero que as soluções sugeridas ajudem sua escrita a avançar. Mas você quer me contar um problema que eu não citei? Deixe nos comentários.