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Para Leitores

5 trechos de Grandes Esperanças

Cheguei ao fim da minha releitura de Grandes Esperanças e foi emocionante reencontrar e acompanhar novamente a trajetória de ascensão financeira e redenção moral de Pip. Uma narrativa que encanta pela complexidade de seus personagens e por envolver amor, humor, crítica e boas lições para a vida. Destaco agora 5 trechos de Grandes Esperanças que farão você ter vontade de ler, ou reler, o livro.

“No pequeno mundo em que vivem as crianças, seja quem for que as crie, nada é percebido com tanta intensidade, e sentido com tanta intensidade, quanto a injustiça. As injustiças a que a criança é exposta podem ser pequenas; mas a criança é pequena, e seu mundo é pequeno, e seu cavalo  de balanço é tão alto, guardadas as proporções, quanto um Irish hunter de ossos grandes. No meu íntimo, eu vivia, desde a mais tenra infância, um conflito perpétuo com a injustiça. Eu sabia, desde que aprendi a falar, que minha irmã, com sua coerção caprichosa e violenta, era injusta comigo. Eu nutria a convicção profunda de que ter ela me criado com a mão não lhe dava odireito de me criar aos cachações. Em meio a todos os castigos, vexames, jejuns e vigílias, e outras penitências, eu nutria essa certeza; e é a intensa convivência com ela, de um modo solitário e desprotegido, que me parece ser a principal causa de eu ter-me tornado moralmente tímido e muito sensível”.

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“Foi para mim um dia memorável, pois ocasionou grandes mudanças em mim. Mas é assim com todas as vidas. Imagine que um determinado dia fosse eliminado de sua vida, e pense em todas as consequências que isso teria sobre o resto dela. Para e pensa, tu que me lês, por um momento, na longa cadeia de ferro ou outro, de espinhos ou flores, que jamais te teria cingido, não fosse a formação do primeiro elo num dia memorável”.

“Deus sabe que não há por que nos envergonharmos de nossas lágrimas jamais, pois elas são a chuva que cai sobre a poeira da terra que nos cega, descendo sobre nossos corações endurecidos”.

“No entanto, aquela sala era tudo para mim, porque Estella estava dentro dela. Pensei que, em sua companhia, eu teria sido feliz lá para sempre”.

“‘Meu nome está na primeira folha. Se puderes escrever embaixo do meu ‘Eu a perdoo’, ainda que muito depois de meu coração partido virar pó – eu te peço que o faça’”.

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Escritora, jornalista e leitora assídua desde que se conhece por gente. Escreve por achar que a vida na ficção é pra lá de interessante.

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Sabryna Rosa