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  • Bastidores

    Memórias que não estão no histórico do navegador

    Um dia, eu li que algumas pessoas sentiam falta de pesquisar sobre um conteúdo na internet, mais especificamente no Google, e encontrar respostas escritas, como em um blog, em vez de vídeos, como no Youtube ou no Tiktok. Seria uma demanda nossa, dos millenials, que vimos o search se popularizar, mas antes dele tínhamos que nos virar? Nasci e cresci em uma cidade no interior do Maranhão onde havia uma única biblioteca, no centro de uma praça, e na minha memória era um prédio grande com uma rampa comprida que levava ao andar superior; mas sei que, na realidade, é um prédio modesto com umas janelas de vidro voltadas para…

  • Para Leitores

    7 trechos de “Cartas a Malcom” – C. S. Lewis

    Em Cartas a Malcom, C.S. Lewis expõe cartas que trocou com seu amigo imaginário, Malcom, um homem parecido com ele no estilo de vida, mas com ideias divergentes sobre alguns assuntos, o que levou a produção desses textos que são verdadeiras preciosidades em matéria de religião. Veja 7 trechos de Cartas a Malcom: São necessárias pessoas de todos os tipos para se fazer um mundo — ou uma igreja. Talvez isso seja ainda mais verdadeiro com respeito a uma igreja. Se a graça aperfeiçoa a natureza, ela deve expandir todas as nossas naturezas para a plena riqueza da diversidade que Deus planejou quando Ele as criou, e o céu mostrará…

  • Bastidores

    Mais aqui, menos acolá

    Ser mais quem eu sou e menos quem eu gostaria de ser. Perdi muito tempo olhando para quem eu queria ser. Não de um jeito inspirador, como quem olha para uma estatúa e pensa: eu queria ser bom o bastante para merecer ter uma estátua, mas de um jeito fantasioso, infantil, como quem olha para um personagem de desenho animado cheio de poderes. Quero olhar mais para quem eu sou e para o que posso fazer a partir disto aqui. Jogar a régua fora, esquecer as métricas universais; meu caminho é só meu. Às vezes é cheio, às vezes tenho que abrir a mata fechada a machadadas, mas é meu.…

  • Para Leitores

    12 sugestões de livros para 2024

    Quando chega o fim do ano, muitos de nós fazemos metas para o ano novo, dentre elas a de adquirir ou de manter o hábito de leitura. Se você é uma dessas pessoas que quer se tornar um leitor no ano que vem, mas não sabe por onde começar, aqui vão 12 sugestões de livros para 2024. 1. Contos – Tchekov Ler Tchekov foi uma belíssima surpresa para mim. Não conhecia o autor e me surpreendi com a genialidade dos seus contos. Se você ainda não tem ritmo de leitura ou não gostaria de começar por um livro de romance, esse título é uma boa pedida. 2. As Regras da…

  • Bastidores

    Armários e Caixas

    Numa caixa na prateleira de baixo guardei tudo o que me pertence, independente do valor. De uma marca-páginas marrom a um mouse quebrado. Também aquela saia laranja, aquele sonho para o qual me faltou coragem, os dias em que, ansiosa, não dormi, os itens que não pude comprar, os textos que não escrevi, as mágoas que engoli, o desespero que alimentei, os silêncios que não apreciei, as palavras que falei sem pensar, as belezas que não contemplei, os lugares aonde não fui, as flores que não plantei e muito menos colhi, as músicas que não ouvi, outras tantas que não cantei; o máximo que não fiz, os dramas que encenei,…

  • Contos

    [ Conto ] Um dezembro a mais

    Naquele ano, ele apareceu na porta da casa dela com um buquê de oito gérberas e um livro de poemas. Na porta da casa havia uma guirlanda grande e desproporcional, ele observou, enquanto ela não atendia à campainha. Ele estava nervoso, namoravam há exato um mês e era Natal. Ele também levou um vinho para os pais dela, um vinho caro comprado com as economias de seis meses. Ela recebeu todos os presentes com o entusiasmo característico de quem está apaixonada. Era alérgica a gérberas, não gostava de poema e nenhum dos pais consumia bebida alcoólica, mas mesmo assim foi uma noite muito especial, ela o amava. No ano seguinte,…

  • Bastidores

    O que eu sei, o que eu imagino e o que eu invento

    Suponho que eu saiba um terço sobre você; o outro terço eu imagino e o outro eu invento. Sei que você é contido, talvez tímido, mas não retraído. Imagino que olhe para as pessoas com o semblante sério, não zangado, e que quando está sendo simpático mexa os lábios ligeiramente. Abrir um sorriso, esse sorriso do qual eu tanto gosto, só quando vale muito a pena – isso eu inventei. Eu sei que seu paladar não é muito dado a doces então imagino que você aceite aquele pedaço de pudim por educação. Em minhas invenções, porém, sei que você não recusa mesmo é uma boa fatia de goiabada. Leia também…

  • Para Leitores

    [Resenha] Reparação – Ian McEwan

    Reparação já começa apresentando Briony e seu gosto por alimentar a mente fértil com fantasias. Aos treze anos, ela gosta de escrever romances e peças de teatro, mas reconhece que lhe falta “aquele vital conhecimento do mundo”. Também no primeiro capítulo a narrativa aponta uma determinada característica em Briony, o fato de que ela não tinha maldade e que gostava de ver o mundo em ordem, sem destruição. E onde tudo isso entra na história? Naquele verão dos anos 30, a família Tallis se prepara para receber o filho mais velho, Leon, o amigo Paul, e os sobrinhos Lola e seus irmãos gêmeos, Pierrot e Jackson, para um fim de…

  • Bastidores

    Estética, poesia e avós

    Algumas pessoas nascem com a alma naturalmente poética. Por ‘naturalmente” eu quero dizer sem investir tanto esforço a ponto de ficar artificial, sem autenticidade e humanidade. Falo da avó que cuidava da flor mais simples do quintal, aquela que nasce em qualquer canto, e não do universitário que faz dois riscos tortos na face e chama de arte.  Penso nas referências estéticas dessa avó sem Pinterest e sem Instagram com filtro do Vsco Cam. Ela achava uma coisa bonita e ficava lá olhando. No máximo, fotograva com uma câmera analógica, mas só se realmente valesse a pena, para não gastar o filme. Talvez foi assim que surgiram as fotos de…

  • Bastidores

    Uma questão de sorte

    A Lindsay Lohan faz um filme muito bonitinho em que a personagem principal, Ashley, é uma baita de uma sortuda que depois de beijar um grande azarado troca de sorte com ele. Antes disso acontecer, em um dia de chuva, Ashley sai de casa e o porteiro do seu prédio a espera com um guarda-chuva na rua enquanto pede um táxi. Assim que ela põe os pés na rua, o céu abre e o dia cinza se transforma em um lindo de sol. Lembrei-me dessa cena ao ler em 1 Timóteo 6:8 que se temos alimento e vestuário, contentemo-nos com isso. Mais do que um impulso ao comodismo, pensar que…

Sabryna Rosa