Sinopse
Cliff Janeway já foi um policial e agora é um livreiro, dono de uma livraria com sua sócia e namorada, Erin. Porém, vez ou outra é chamado para investigar livros raros desaparecidos. Contratado para prestar esse tipo de serviço na biblioteca de um homem muito rico, o caso acaba se desviando para a morte da mulher dele, suspeita de ter sido vítima de um assassinato.
Resenha
Quando o personagem te conquista é muito difícil fazer uma leitura imparcial da história, sabe? Sei lá, quero me casar com Janeway.
Cliff tem um humor irônico e despreocupado que eu amo. Na primeira cena, quando ele é procurado pelo homem que vai levá-lo à biblioteca em questão, eu já dou boas risadas, principalmente porque a narração está em primeira pessoa, e sei que ele é um detetive que confia nos seus instintos. Isso significa que ele enfrentará de queixo erguido os desafios que estão por vir.
Janeway é levado de Denver até o estado de Idaho, onde está a casa e a coleção extraordinária de livros de Geiger, um ricaço da região que morreu há pouco tempo e deixou um pepino para seu assistente, Junior, resolver: dividir a herança entre os quatro filhos que não se dão bem. Mas antes disso Junior precisa descobrir onde estão os exemplares sumidos e quem os roubou. Além do dinheiro, fazem parte da fortuna os livros e os cavalos, de onde vem boa parte do dinheiro da família, envolvida com corridas.
“’Os finais felizes não são automáticos”’.
Nesse ponto é que a investigação do nosso livreiro-detetive engata. Ele começa com os livros, mas percebe que as respostas estão no hipódromo, onde se infiltra entre os empregados em busca de pistas. Na minha opinião, esses são dois cenários férteis demais para coexistirem dentro de uma mesma história. Ou os livros, ou os cavalos. O resultado foi que os cavalos suprimiram as cenas com os livros, para minha frustração pessoal.
Dentro desse contexto é que o detetive conhece a reputação de Candice, uma mulher amável e querida por todos. Não só querida como amada, levando-a a arrebatar corações por onde passava.
Engraçado que só no final do livro eu fui me dar conta que a palavra “caso” do título se refere a casos extraconjugais, e não a sinônimo de episódio ou evento, como passei a leitura inteira acreditando. O lado bom dessa desatenção é que o plot twist ficou ainda mais interessante. Eu errei por um fio quem era o assassino, mas não me decepcionei com a resolução do caso.
“’Não há nada mais destrutivo em qualquer idade do que ter tudo o que a pessoa sempre quis entregue a ela em uma bandeja”.
Há muitos personagens, em vários núcleos, mas isso não torna a narrativa confusa, pois cada um tem seu papel bem definido, aparecendo nos momentos certos para fazer a história fluir. Há muitas referências a obras literárias e, claro, toda a caracterização do hipismo e do tratamento com os cavalos.
É bem verdade que eu shippei Cliff com uma determinada personagem – o que não foi muito certo porque ele já tinha uma namorada e tal –, mas não fui correspondida, pelo menos não nesse livro, uma vez que esse policial que não resiste a um mistério implorando para ser desvendado protagoniza outros quatros livros independentes: Assinaturas e Assassinatos, Impressões e Provas, A Promessa do Livreiro e Edições Perigosas. Não sei em que ordem está O Último Caso da Colecionadora de Livros, mas percebi referências que certamente vieram de narrativas anteriores.
No mais, adiciono Cliff Janeway não só na minha lista de detetives preferidos como também na de crushes literários.
Sobre o autor
Nasceu em Nova York, em 1942, e vive em Denver, Colorado, onde mantém uma livraria virtual. (Fonte: Ed. Cia das Letras/2009)
Sobre o livro
Título: O Último Caso da Colecionadora de Livros
Autor: John Dunning
Ano: 2009
Editora: Companhia das Letras
Páginas: 393
Avaliação: 3/5
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