Considero-me um ser humano razoavelmente empático, mas muito pouco dessa empatia é dirigida a mim mesma. Eu diria que quase nada.
Desde quando eu compreendi que meus resultados são consequências diretas do meu esforço – combinado com um pouco de sorte ou da falta dela – eu passei a me cobrar e me punir de maneira bastante rígida. Você não pode passar a mão na sua própria cabeça. Faça as coisas direito. Assim não vai conseguir. Não faz nada certo. Tão carrasca quanto a Sra. Trunchbull em Matilda.
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Toda essa rigidez é receio de acabar no outro extremo, a zona de conforto nociva que me deixaria acomodada e inútil. Como se fossem dois espaços separados por uma fina linha, eu temo passar para o outro lado e não sair mais de lá. Mas do lado daqui eu também estou o tempo todo olhando para mim mesma com um chicote nas mãos. Falta-me uma zona neutra, uma Suíça das emoções, onde sou mais paciente e compreensiva com minhas falhas. A pergunta é: como chegar nesse nível de inteligência emocional?
Não, eu não quero saber de coaches ou livros de autoajuda, eu quero olhar para as minhas capacidades com clareza e racionalidade. Ser gentil quando tiver que ser e rígida quando for o melhor, nenhum dos dois em exagero. Tudo que ricocheteia nos extremos fere nossos próprios limites.
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