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Bastidores

#27 Agora e na hora de nossa morte

Quando “Tempo perdido”, de Legião Urbana, toca em um show, churrasco, barzinho, ou karaokê, cantamos a plenos pulmões que temos todo o tempo do mundo, que somos tão jovens… e por um breve instante acreditamos mesmo que temos e que somos. Para mim, o devaneio dura o exato tempo da música porque um dos fatos que tem estado claro à minha frente é que nós não temos tanto tempo assim, quanto mais todo o tempo do mundo, e não se é jovem para sempre.

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Na Ave-Maria, nós dissemos rogai por nós agora e na hora de nossa morte, os únicos dois momentos que temos certeza de que existem, todo o intervalo entre um e outro é uma incógnita, um ato de misericórdia de Deus. Tal realidade não é um estímulo ao desespero ou à atrofia do espírito, pelo contrário, mas um convite ao bom aproveitamento do agora, ao que pode e deve ser feito hoje. O cuidado com a saúde, o aperfeiçoamento do intelecto, o amor ao próximo, o desfrute dos momentos alegres, o perdão, o arrependimento, nada disso precisa ser deixado para amanhã.

Por outro lado, também é importante pensar e se preparar para o futuro. Não ser negligente com as finanças, vislumbrar uma vida profissional, comprar uma casa ou quem sabe abrir um negócio. O Senhor se alegra pela nossa prudência, mas que nunca possamos perder de vista a efemeridade da nossa vida.

Escritora, jornalista e leitora assídua desde que se conhece por gente. Escreve por achar que a vida na ficção é pra lá de interessante.

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Sabryna Rosa