Personagens críveis são o que conectam o leitor aos eventos dos seus livros. Eles são os agentes das ações, os que impulsionam a história e a fazem acontecer. O leitor precisa se enxergar ou se aproximar do personagem perto o bastante para absorver a obra e tirar suas próprias conclusões sobre ela. Se o autor não dá essa abertura a experiência da leitura fica prejudicada. Mas como fazer isso? Há algum caminho infalível? Cada escritor tem seu próprio jeito de escrever, mas nesse artigo você irá aprender algumas técnicas de como criar personagens verossímeis.
Ações sugerem reações
Imagine uma história onde um personagem está andando na rua e é mordido por um cachorro, mas não faz nada. Não grita de dor, não espanta o cão, não chora pela ferida, nada. Apenas segue em frente. Isso não faz nenhum sentido em condições normais, certo?
Por isso, fique atento às ações e ao que elas pedem como reações. Se o seu personagem foi confrontado, o que ele faz? Ele vai para cima, foge ou pede ajuda? Se ele é ofendido, finge que não é com ele e volta depois para resolver, se vingar? Se ele sente um frio na barriga ao ver pela primeira vez uma mulher muito bonita, ele deixa para lá ou passa vários dias pensando nela?
Ao criar uma linha lógica de ação e reação seus personagens ficam mais humanos e os leitores podem analisar suas atitudes.
Desenvolva a emoção
Frieza e apatia também são emoções, por isso se seu personagem tem até mesmo essas características, evidencie. Explane os sentimentos e faça o sujeito esboçar essa emoção, principalmente quanto estiver trabalhando as reações indicadas no item anterior.
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Adeque personagem e gênero
Vamos pensar em uma história com um certo suspense. Ela pode ter suas cenas de “respiro”, de comicidade ou de romance, mas você concorda que algo assim pede emoções como medo, ansiedade, dúvida, coragem, e que todas essas juntas e combinadas contribuem para criar a atmosfera que o gênero pede?
Observe se seus personagens estão tendo reações e emoções condizentes com a proposta e o ritmo da narrativa. Uma cena de ação, por exemplo, pede senso de urgência e perigo, então não faz muito sentido seu personagem estar calmo e relaxado – a menos que seja uma ironia, claro.
3 maneiras de mostrar reações
Já que falamos tanto sobre isso, aqui vão algumas dicas de como você pode trabalhar essas reações nos seus personagens
- Usando diálogo direto
- Expondo o pensamento
- Descrevendo a linguagem corporal
- Combinando os três itens anteriores
Voltemos a imaginar a cena onde o personagem é confrontado. Imaginemos que ele está no supermercado e alguém o acusou de ter roubado algo – o que não é verdade. O indivíduo pode retrucar imediatamente, em palavras, e se defender, ou pode ficar tão envergonhado que mesmo sem ter nenhuma culpa, fugir.
Do lado de fora, ele pode pensar “O que eu fiz? Por que eu fugi se não fiz nada? O que deu na minha cabeça?”. Então ele fica ofegante, seus olhos arregalam e sua boca fica seca, em um misto de confusão mental e desespero. Ou seja, linguagem corporal, diálogo direto ou não, e pensamento. O que for mais adequado para o objetivo da cena.
O que você faz para criar personagens verossímeis? Tem alguma dica para compartilhar? Deixe nos comentários 😉