Certo dia, perguntaram-me se a leitura era o meu passatempo e eu respondi que não, que a leitura fazia parte de quem eu era e que eu considerava como passatempo outras atividades, como ver filmes, pedalar na praia ou tomar um café em uma franquia ruim de shopping.
Eu defendo que a leitura seja um pedaço da vida de qualquer pessoa como a profissão é, como a vida social é ou como a religião é; obviamente não com o mesmo tamanho, mas ainda assim um pedaço. Sempre que me perguntam como adquirir o hábito de leitura, eu respondo que deve ser tratado como algo que se faz com regularidade. A maioria de nós não trabalha, escova os dentes ou toma banho apenas eventualmente porque é uma necessidade, é o que deve ser feito. Assim deve ser a nossa relação com os livros, uma atividade intrínseca à nossa vida.
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Não entro no mérito da leitura como entretenimento versus obrigação, o que eu proponho aqui é um olhar mais comprometido como se fosse tão importante cuidar do intelecto como é importante cuidar da vida financeira ou da higiene pessoal. Porque é assim que eu vejo a literatura, como uma das colunas que mantém a minha vida de pé.
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