Depois de tomar a decisão de escrever nós costumamos nos deparar com questões ainda mais cabeludas. O que escrever? Que tipo de história? Qual gênero? Em que formato? Hoje eu trouxe algumas dicas para você responder todas essas perguntas e saber que tipo de livro escrever.
Ficção ou não ficção?
A ficção é o formato de texto mais popular entre leitores e escritores. Aqui estão aquelas histórias criadas do zero, imaginadas na mente do escritor e transportadas para o papel. O autor tem liberdade de criação, podendo criar animais falantes, personagens mágicos, universos paralelos e países com sistemas próprios. Ou pode permanecer na realidade já conhecida, mas trabalhando eventos únicos nos seus enredos.
Livros classificados como não ficção costumam tratar sobre um tema específico dentro de áreas como política, economia, história, física, biologia, psicologia, etc. Nestes casos é importante que o autor conheça bem ou estude bastante sobre o tema que gostaria de escrever.
Essa é a parte mais simples de decidir, na minha opinião. Vai mais da sua vontade e habilidade. Você se considera criativo e tem facilidade em criar narrativas ficcionais? Ou você é um expert em algum assunto e gostaria de falar e ensinar sobre ele aos seus leitores?
Ficção, e agora?
Na literatura existem gêneros como o lírico, o narrativo e o dramático. Para sermos mais diretos vamos partir para o narrativo, dentro do qual está o romance, o conto, a novela e outros subgêneros. Aqui é onde você estará se gosta de contar histórias.
O romance é uma narrativa longa e mais complexa em termos de estrutura. Em resumo, você precisa ter um herói, um antagonista (que pode ser ou não uma pessoa), um conflito e uma jornada que seu mocinho ou mocinha vai percorrer para alcançar seu objetivo. Cabem mais personagens e conflitos paralelos, tanto com o protagonista quanto com os coadjuvantes.
O conto é uma história curta com um personagem central e um único acontecimento ao redor dele. Costuma-se iniciar já com o conflito e o personagem envolvido, cabendo ao resto da narrativa o desenrolar do episódio. É um ótimo tipo de texto para começar a treinar.
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Já a novela é um meio termo entre o conto e o romance. Costuma girar em torno de um conflito único, mas há um pouco mais de espaço para trabalhar o personagem. No romance temos tempo de explorar nuances psicológicas e subenredos, enquanto que na novela a narrativa vai mais direto ao ponto.
Romance romântico, ficção científica ou thrillers?
Dentro dos três subgêneros acima você pode trabalhar a sua história em várias ramificações. Um romance pode ser romântico ou não. Um romance pode ser de fantasia, policial, de terror, ou ficção científica. Se você não sabe qual escolher é interessante observar as suas preferências de consumo.
Qual seu tipo preferido de livro? E de filme? E séries? Você gosta mais das narrativas dramáticas ou daquelas mamão com açúcar? Você gosta de histórias de aventuras?
Faça uma lista com os três livros, filmes e séries que você mais gostou de ver nos últimos tempos e observe se há um padrão entre eles. Será que todos envolvem investigações policiais?
Esse exercício não é uma regra e você não precisa bater o martelo ainda. O escritor iniciante precisa se conhecer e isso só é possível experimentando e fazendo testes. Você pode começar escrevendo contos de ficção científica e chegar à conclusão que não é a sua praia. Você pode escrever uma história sobre um casal apaixonado e perceber que tem facilidade com enredos desse tipo.
Aqui reafirmo: busquem escrever contos nessa etapa de autoconhecimento da sua escrita. Começar com um romance é um pouco arriscado quando você ainda não sabe muito bem sobre o que gostaria de escrever, pois corre o risco de se gastar energia como uma narrativa que irá abandonar por não se identificar com ela.
Outro exercício interessante, para o caso de você não gostar de escrever contos, é criar resumos de enredos que você gostaria de trabalhar em uma novela ou romance. Pense em sinopses dos mais variados subgêneros, escreva uma romântica, uma de terror, uma de suspense e uma de fantasia. Em qual delas a sua criatividade fluiu mais? Os personagens que você gostaria de trabalhar melhor estão onde?
De qualquer maneira, escolher um gênero no começo da sua carreira não significa que você irá escrever sobre ele o resto da vida. O escritor é um profissional plural e você pode mudar de ideia sempre que achar pertinente. Você é livre para escrever e isso é uma das coisas mais fantásticas sobre ser escritor.
E aí? Já sabe o que quer escrever?