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Bastidores

O que você pretende como escritor? Uma conversa sobre atitudes

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Eu passei sete anos sem publicar nada.

Entre Cafés Amargos, meu primeiro romance, e Exposição de Luxo, meu primeiro conto publicado para venda, eu fiquei sete anos sem entrar em nenhum projeto sério de escrita.

Em primeiro lugar eu não me via como escritora  – falei sobre isso nesse texto aqui –, eu me via como alguém que gostava de contar histórias e teve sorte no primeiro concurso literário que participou. Essa postura, essa ausência de uma identidade literária própria me fez procrastinar a minha carreira durante muito tempo.

Eu tinha pensamentos como “Depois da faculdade eu volto a escrever”, “Depois que eu conseguir um emprego fixo eu posso escrever com mais calma”, “Depois que eu casar e meus filhos estiverem crescidos eu volto a manter uma rotina de escrita”. Sete anos se passaram até aquele barulho soar na minha cabeça como um sino.

Esse dia não vai chegar nunca. Esse dia não vai chegar nunca. Esse dia não vai…

Blem, blem, blem.

No início de 2020 essa era minha situação: formada há dois anos e sem um emprego fixo; com a perspectiva de um trabalho que eu não sabia ainda quando iria se concretizar; frustrada pelo marasmo profissional; com uma vontade enorme de começar um projeto novo.

Então pensei: é agora. Agora é a hora de voltar a escrever.

Não apenas escrever, mas publicar, botar minha cara no sol, conquistar leitores, dividir o conhecimento, construir uma presença online, tudo como manda o figurino do século XXI.

Eu criei esse blog, dei uma repaginada nas minhas redes sociais, comecei a pesquisar fontes, cursos e livros para estudar escrita criativa, montei meu planejamento de leituras e botei a mão na massa. Finalmente decidi que iria ser escritora, iria começar a escrever meu novo romance e trabalhar em algo meu.

Percebem a diferença entre esperar o momento perfeito e começar de onde você está?

Uma das perguntas que mais rondou a minha cabeça no começo do ano foi: o que eu posso fazer com o que eu tenho hoje? Leia-se: casa, internet, computador, celular e uns duzentos reais na conta (esse dinheiro eu usei para comprar o domínio do blog e pagar a anuidade do servidor).

De lá para cá eu me dividi entre esse projeto literário, a escrita do meu livro e uns serviços de freelancer. E eu tentei, ao máximo, não reclamar. Deus sabe o quanto isso é um exercício diário para mim, mas antes de qualquer coisa eu preciso ser grata por ter as ferramentas que tenho. Principalmente depois que a pandemia estourou e o mundo entrou em transe. A ansiedade veio com força total, o medo, o desespero do desconhecido e a incerteza do futuro.

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Em outros tempos isso teria me paralisado, mas, por incrível que pareça, ter tomado a decisão de trabalhar nos meus projetos me permitiu seguir em frente e me deu motivos para manter uma rotina produtiva na medida do possível. “A internet ainda está funcionando”, era o que eu pensava.

Se você chegou até aqui me deixe esclarecer que esse não é um texto para apontar quem soube lidar melhor ou pior com a pandemia. Quem foi mais produtivo ou quem se deixou levar pelos acontecimentos. Esse texto é pra incentivar você a definir o que você quer para sua vida de escritor. Eu quero que você tenha isso muito bem claro na sua cabeça.

O que você pretende como escritor? Qual o seu objetivo?

Depois, trace seu plano de ação. O que você pode fazer para chegar lá? O que você pode fazer esse ano? Hoje?

Trace metas realizáveis. Olhe ao redor e veja o que você tem. Nem que seja uma caneta e um caderno velho, você pode escrever seu livro ali, vai por mim. Se o seu objetivo é terminar um romance, uma novela, um conto, papel e caneta pode servir. O resto você pensa depois.

Apenas comece.

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Escritora, jornalista e leitora assídua desde que se conhece por gente. Escreve por achar que a vida na ficção é pra lá de interessante.

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Sabryna Rosa