Sinopse
No século XII, um ladrão siciliano entra na casa do geógrafo da corte e rouba um saco cheio de objetos. Perseguido pelos guardas, ele foge e deixa tudo para trás. Novecentos anos depois, em uma cidadezinha dos EUA, um professor universitário aparece morto e o jornalista Paul Tomm é o responsável por escrever seu obituário. Pesquisando sobre a vida do professor, Paul descobre que sua morte e o roubo estão interligados.
Resenha
Romances policias com características históricas me chamam muita atenção. Pela sinopse me prendem e me fazem arranjar um tempinho para ler o mais rápido possível, porque uma história com ladrões, mortes misteriosas e artefatos antigos não tem como dar errado, certo? Às vezes tem.
Na verdade, não totalmente errado, mas não tão certo quanto poderia ser. Cada capítulo do livro é introduzido pela narração, em terceira pessoa, da jornada de cada um dos objetos pelo mundo. Alguns foram roubados, outros trocados por bebês, outros tomados a preço de sangue, e todos viajaram por séculos e países afora. Todos também têm alguma relação com a alquimia. Essa é a parte interessante da história.
“Seu vizir sustentou que os da nossa fé cumpriam a necessidade da alma humana de viver em terror substituindo o medo da morte pelo medo da transgressão; só que a morte acontece somente uma vez, e o homem, sendo mortal e abjeto, transgride cada vez que respira”.
A parte morna é a investigação (a que eu mais esperava!). Paul é jovem e acabou de começar sua carreira de jornalista em um jornalzinho qualquer de cidade pequena. Ele é tratado bem, gosta de seus colegas de trabalho e vai levando a vida. Mas falta aquele brilho nos olhos que todo mundo quer ter na profissão, sabem? Por isso, quando uma simples pesquisa da vida de um professor começa a revelar fatos estranhos e desconexos entre si, ele começa a ver que existe uma história boa aí por trás. Perigosa talvez, mas boa. E foi nesse instante que eu me ajeitei na cadeira e esperei um jornalista investigativo que desvendaria todo o mistério. Não foi bem o que aconteceu.
Primeiro, ele arranjou um auxílio policial meio fora de rumo. Um sobrinho de um ex-professor da faculdade que sequer era da mesma jurisdição do caso e precisou fazer um malabarismo para ajudar. Segundo, ele se apaixonou por uma fonte que prometia ser muito suspeita e acabou se revelando uma personagem que não fez jus ao suspense que gerou e nem ao romance que se dispôs. No final das contas, a função de Paul foi apenas mexer em um vespeiro e assistir às peças aparecendo sem ter nem ideia de como juntá-las. Foi necessária a velha cena do vilão contando os planos para o leitor saber o que aconteceu.
Nem preciso dizer que o final também me decepcionou, não é? Eu esperei uma história estilo Dan Brown e li algo nem muito lá, nem muito cá. Desse livro eu fico com a boa descrição dos objetos e as citações inteligentes no começo de cada capítulo.
Sobre o autor
Jon Fasman nasceu em Chicago em 1975 e cresceu em Washington. Estudou nas universidades de Brown e Oxford e trabalhou como jornalista em Washington, Nova Iorque, Oxford e Moscovo. A Biblioteca do Geógrafo é o seu primeiro livro. Os seus artigos foram publicados pelo The Times Literay Supplement, Slate, Legal Affairs, The Moscow Times, The Washington Post e The Morning News. (Fonte: Site Wook)
Sobre o livro
Título: A Biblioteca do Geógrafo
Autor: Jon Fasman
Ano: 2009
Editora: José Olympio
Páginas: 420
Avaliação: 2/5
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