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  • Para Escritores

    Como avaliar as cenas do seu livro

    Quando escrevemos o primeiro rascunho da nossa história tendemos a despejar todas as cenas que vêm à cabeça, correndo o risco de nem sempre julgar bem a utilidade dela para a narrativa como um todo. Essa correção geralmente acontece na etapa seguinte, a edição do livro. Mas como saber se uma cena deve ou não estar ali? Como avaliar? Fazendo essas três perguntas a seguir: 1) Esta cena ajuda a trama a evoluir? Ora, a função de cada cena é levar a história para frente, descrever uma ação executada por um personagem. Quando eu falo em ação não precisa, necessariamente, ser algo físico e específico, como narrar o personagem em…

  • Bastidores

    Felicidade – Sabryna Rosa

    Em um país distante havia um homem muito rico cujo conselheiro o acompanhava desde a juventude. Era um sujeito sábio, coerente e humilde. No leitor de morte, o homem chamou o único filho e pediu que cuidasse de suas posses e não trocasse de conselheiro enquanto este vivesse. Dito isso, fechou os olhos e partiu. O filho, desacostumado a cuidar de finanças e negócios, mas bastante habituado a desordens de todos os tipos, passou a tratar com irresponsabilidade a fortuna do pai. O conselheiro, sabendo que fazia parte de sua função alertar e corrigir, lançou orientações e advertências. Apontou-lhe os erros e antecipou as consequências. Conheça meus livros Cansado de…

  • Bastidores

    O mundo precisa ser salvo – Sabryna Rosa

    Jerônimo sonhou que realizava um grande feito. Em sua mente adormecida ele se viu em cima de um palco, vestido em um bom terno, debaixo de holofotes e sob os olhares atentos de uma plateia cheia de expectativa. Era cerca de 10 anos mais velho e sua oratória era perfeita. À medida que explanava suas ideias, via as luzes refletidas nos olhos de quem ouvia. Em um evento histórico, ele anunciava que descobrira como viabilizar a distribuição de água potável para todas as comunidades do mundo que sofriam com a escassez. Conheça meus livros Acordou eufórico, certo de que aquele era o seu propósito e a sua missão na Terra.…

  • Bastidores

    Idas e vindas – Sabryna Rosa

    Uma garotinha esperava do lado de fora do consultório quando um corpo magro e trêmulo sentou à sua frente. Com o tronco curvado e as mãos entre os joelhos, o homem se acomodou meio desconfortavelmente no banco e balbuciou algumas palavras para si mesmo. A menina reparou no pé enfaixado e nos dedos cujas pontas não estavam mais lá e que pela cicatriz já haviam sido cortados fora há muito tempo. Curiosa, perguntou quem o acompanhava e como resposta ouviu um “Ninguém não” meio tímido. Imaginou ele voltando para casa guiando seu esqueleto cambaleante e um pé pela metade. Conheça meus livros Há algumas semanas, em outra sala do mesmo…

  • Bastidores

    A forma que a inveja tem – Sabryna Rosa

    Antônia rolou o feed do Instagram até o fim para descobrir que a sua antiga amiga de escola se transformou em uma empresária de sucesso, casada com um homem igualmente bem sucedido e muito bonito. A menina magrinha e pouco charmosa deu lugar a mulher de corpo esculpido e dentes incrivelmente brancos. Antônia, por sua vez, ainda morava na mesma cidadezinha, dava aulas de espanhol e permanecia solteira. Morava com os pais em um sítio e não em um apartamento de frente para o mar. Contudo, não era segredo para Antônia, nem para ninguém, que Marília conquistou o sucesso no atual empreendimento depois de trapacear em negócio antigos, e que…

  • Bastidores

    Atalhos – Sabryna Rosa

    Tinha por volta de 14 anos quando esbarrou em um andarilho na beira da estrada que lhe perguntou se ele gostaria de beber algo que o deixaria longe de todos os problemas e potenciaria sua capacidade intelectual. A mãe o advertira, mais de uma vez, a não aceitar nada de estranhos, mas a proposta era tão absurda que ele não viu mal em fazer parte da brincadeira e alimentar o descompasso de um homem sem os dentes da frente e quatro bolsas penduradas pelos ombros. O frasco transparente continha um líquido avermelhado muito semelhante a um suco de framboesa. Ele cheirou e sentiu um aroma agradável e floral. O sabor,…

  • Bastidores

    O pedido – Sabryna Rosa

    Verônica assoprou as velas do seu bolo de aniversário e fez um pedido: desejou que nada nunca tivesse fim. Quis que seu namoro durasse para sempre, que seus amigos fossem fiéis e simpáticos por todo o tempo e que seu pais não deixassem de viver. Desejou também que Leleco, o cachorro, nunca fosse atropelado ou nunca ficasse tão doente a ponto de morrer em uma clínica veterinária fria e sem graça. Sem saber, lançou uma ordem ao tempo que fez os ponteiros congelarem. Seu namoro nunca virou casamento, seus amigos permaneceram tão dedicados a ela que deixaram de cuidar das próprias vidas, seus pais se separaram assim que perceberam muito…

  • Bastidores

    Uma beleza calculada – Sabryna Rosa

    Sentada diante do espelho, a moça encarou a simetria de um rosto que ainda era seu ao mesmo tempo em que era estranho para si. Moveu o queixo meio centímetro para o lado esquerdo e depois dez centímetros para o lado direito. Em seguida, tocou a linha do maxilar com as pontas frias dos dedos e tentou encontrar alguma imperfeição. Tudo nela tinha um código. Seu passaporte fora substituído por outro com uma foto mais atualizada, já que a anterior não condizia em quase nada com a realidade, e seus documentos de identificação tinham o mesmo nome e número, mas não o mesmo rosto. Franziu a testa em pensamento e…

  • Para Leitores

    3 poemas de Augusto dos Anjos

    Confesso que Augusto dos Anjos é um nome que só me lembra o ensino médio e as aulas de literatura, e por mais que eu gostasse da disciplina, poucos foram os autores que continuaram a despertar meu interesse depois da escola, entre eles Fernando Pessoa e Cecília Meireles. Porém, sabendo que Augusto dos Anjos é um dos grandes, resolvi ler. Tive bastante dificuldade com o estilo, o vocabulário rebuscado e as palavras estranhas, que me fizeram ir e voltar várias vezes nas linhas até pegar mais ou menos o contexto. Por outro lado, quando algum poema me tocou, aconteceu de maneira bem lúcida, como se eu e o poeta tivéssemos…

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    3 soluções para o bloqueio criativo

    O bloqueio criativo é uma condição bastante particular e cada escritor sabe identificar o seu. Para alguns é não conseguir escrever nada, para outros é não escrever como gostaria e para um bom número esse tipo de barreira sequer existe, é apenas uma lenda. Seja como for, é fato que nem sempre estamos em nossos melhores dias, e chamando isso de bloqueio criativo ou não, hoje eu quero conversar sobre possíveis causas e 3 soluções para o bloqueio criativo 1. Não conseguir escrever Aqui a questão é sentar na frente do computador e não conseguir bolar uma frase que faça sentido ou expresse o que você quer dizer. Nessa condição…

Sabryna Rosa