Eu sempre falo aqui o quanto é importante criar uma audiência online e se relacionar com ela de maneira constante. Isso é fundamental quando falamos em criar uma identidade digital e se fazer visto na internet. Mas como se faz isso? Através da produção de conteúdo.
Ter um perfil no Instagram, ou uma página no Facebook, e um site (ainda que gratuito) para mim é o básico. São nesses locais que você vai se apresentar ao seu leitor e apresentar a ele o seu trabalho. É o que venho fazendo, além de compartilhar o meu aprendizado com outros escritores.
Porém, uma coisa nesse mundo virtual é certa: não é fácil produzir conteúdo de qualidade o tempo todo e com constância. Você precisa de um tempo que nem sempre tem e nem sempre as plataformas serão generosas com você como você é generosa com elas.
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O Instagram, por exemplo, é uma rede social bem sacana, com o perdão da palavra. Ela é como aquela velha ranzinza que vira a cara para você caso não receba a atenção que julgue necessária. Entre o Natal e o Ano Novo uma semana sem postagens foi o suficiente para levar minhas métricas ao negativo.
Aqui no blog surgem reações parecidas, mas não tão bruscas. Um mês sem eu aparecer gera uma queda nas visualizações, mas não chega a zerar. Acho que a internet entende a validade do meu descanso e continua a rodar meus posts por aí enquanto eu dou uma respiradinha offline.
Os gurus do marketing digital diriam que reclamar não adianta nada (e de fato não adianta. Não entenda esse artigo como um pedido de likes ou coisa parecida) e que a solução está em intensificar a criação de conteúdo e bolar uma boa e bem definida estratégia de distribuição. E eles estão certíssimos.
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Mas aí é que tá. Eu fui atrás disso e acabei me dando conta que vinha escrevendo mais conteúdo online do que meus próprios livros.
Não foram raras às vezes em que deixei de trabalhar no meu romance para agendar postagens no Instagram e no final do dia o meu post ser só mais um na timeline (que a plataforma sequer entregou para todos os meus seguidores!). Já passei horas fazendo artes pra postar no Facebook e a publicação alcançar uma ou duas pessoas (de um universo de mais de 100).
Mais uma vez: não é um choramingo, mas uma reflexão sobre as prioridades. Eu me vejo mais como escritora ou como produtora de conteúdo? Se a produção de conteúdo serve para atrair audiência – os leitores – e eu nunca tenho um livro para apresentar, de que me serve essa produção?
Nas metas desse ano eu penso em escrever mais livros e menos conteúdo online. Não porque eu não acredite na eficácia, muito pelo contrário, continuarei a estimular essa estratégia por aqui e continuarei aplicando na minha carreira, até onde me for humanamente possível.
Acontece que minha energia é limitada, minhas horas do dia são limitadas e minha vida na Terra também é limitada. Eu tenho projetos paralelos e um emprego que nada tem a ver com a Literatura, ou seja, infelizmente não posso dedicar todo o meu dia à escrita, por isso quero gastar mais tempo colocando minhas histórias no papel em vez de alimentando o monstrinho que Zuckenberg criou, por exemplo.
As publicações aqui no blog e no Instagram (também estou no Telegram pois é importante aparecer em todo lugar) seguirão a pleno vapor, mas quando todo o meu tempo disponível for uma hora no dia, essa hora será gasta escrevendo meus livros, afinal eu me apresento aqui como escritora e a produção de conteúdo é para servir como um colchão inflável que vai crescendo e me deixando mais alta conforme eu encho ele de ar. À medida que eu diminuo a velocidade ele vai murchando, mas o que interessa mesmo são os livros que eu venho lendo e escrevendo deitada sobre ele.