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[Conto] Fique na Floresta – Sabryna Rosa

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O som dos galhos quebrados por seus pés podia ser ouvido a uns bons metros de distância. Se houvesse alguém para ouvir.

Desde que o mundo se transformara em um lugar sombrio, vazio e sem vida, um barulho antes incômodo poderia ser um sinal de esperança. Mas o som que ele ouvia agora vinha dele. Da sua velocidade, da pressa, da urgência em chegar a qualquer lugar onde elas pudessem estar.

Mauro continuou a correr.

As folhas ao redor viraram um longo paredão verde por onde ele passava ao se desviar de um e outro tronco enquanto gritava o nome dela a plenos pulmões. Mais alto que o som da floresta, mais alto que o som do rio, mais alto que o som dos pássaros sobreviventes revoando no céu.

Ele parou para tomar fôlego e para se odiar por não ter oxigênio o suficiente para continuar. Chamou por elas mais uma vez, agora se certificando de que sua voz tinha saído por todos os lados e viajado por todos os ângulos, torcendo para elas estarem por perto.

Foi em um dia comum, numa cidade comum e em um planeta comum que Mauro, a esposa e a filha saíram para acampar. Era uma tradição, a cada começo de férias, dois dias de acampamento. Lorena, a mulher, era a menos empolgada, dada a selvageria de sair do ar-condicionado para se instalar no meio da floresta habitada por animais, mosquitos e nenhuma tomada próxima onde pudesse ligar uma cafeteira. Ainda assim, ela arrumava a mochila da filha de oito anos com os melhores biscoitos e o suco mais natural que encontrasse no mercado.

Ele sabia que a má vontade dela seria desfeita no caminho, quando os três cantariam aquela música da Katy Perry três vezes seguidas. Lorena gostava daquela música, era tiro e queda.

O lado da floresta aberto para acampamentos era a escolha comum de todas as famílias cujas crianças ficavam de férias no mesmo dia, e isso deixava a larga faixa de grama sem espaço para os que saíam de casa depois das nove horas da manhã.

Lorena bufou. A filha achou graça e Mauro fez o caminho já conhecido até uma área não autorizada para acampamentos, mas completamente aberta para pais que se importavam mais com a aventura do que com as regras.

– Você sabe que um dia ainda vamos nos meter em encrenca, não sabe? – ela resmungou, mas se manteve acompanhando o passo o marido.

Os três partiram floresta adentro por uma trilha de alguns metros até encontrarem o lugar marcado. Mauro tirou a mochila das costas e começou a retirar os itens de dentro um a um, enquanto a mulher e a filha foram até o rio dar uma olhada na água que descia da nascente próxima dali.

Um dia e meio se passou até que tudo aconteceu com a velocidade necessária para assustar.

O sol desaparecendo, as nuvens indo embora e o céu mudando de cor. Aquela sensação de que a morte vem chegando, mas se você não sabe de onde vem, não tem como virar para o lado certo e recebê-la. Os três estavam sentados sobre um tronco caído tentando acertar a pergunta sobre o último Oscar que Lorena fizera no jogo de Trivia.

A filha perguntou o que era aquilo, mas eles sabiam tanto quanto ela.

– Eu não sei, mas vamos embora. Pode ser uma baita tempestade. – Mauro pôs tudo de volta na bolsa, às pressas, e tocou a mão da esposa, sentindo a pele fria dela na sua – Ei, está tudo bem – ele disse, olhando nos olhos nervosos dela.

O grupo de pessoas acampadas no espaço anterior havia se transformado em um aglomerado de gente recolhendo barracas, cestas, toalhas de chão, colchonetes, cachorros e crianças. Algumas delas choravam. Alguns adultos deixaram tudo para trás e saíram correndo, outros saíram com o mais importante nas mãos e outros poucos permaneceram em seus lugares reclamando da baderna e do muito barulho por nada. “Vocês nunca viram o dia escurecer de repente? De onde vocês vieram?”, disse em voz alta um homem deitado sobre a grama, nu da cintura para cima, com um calção de banho e um par de óculos escuros da última década.

A mochila, desta vez mal arrumada, parecia ter triplicado de peso, e Mauro subiu com dificuldade a pequena elevação que dava para o lado do acampamento onde eles haviam deixado o carro. Ao redor, uma correria controlada, mas também nervosa. As pessoas murmuravam, especulavam, diziam que poderia ser apenas uma chuva estranha ou o fim dos tempos. Lorena sentiu a garganta seca e uma leve vontade de chorar, mas isso assustaria a filha sem necessidade. Fez o que pode, apertar a mão dela com mais força.

Os três chegaram ao estacionamento e o céu ficou ainda mais escuro, como em um fim de tarde onde o sol vai se despedindo e as luzes da cidade começam a se acender, com a diferença de ser cedo demais para o fim do dia, o sol ter ido embora mais rápido que o normal e nenhuma luz ter sido acendida. Eles seguiram em direção ao carro e Mauro pôs a mochila de volta na mala.

– Mauro, olha – Lorena apontou para a rodovia.

Ele viu um longa linha de carros enfileirados e motoristas apressados, buzinando, nervosos, tentando chegar a algum lugar. O único lugar possível naquela direção: a saída da cidade.

– Alguém tem que saber o que está acontecendo – num gesto rápido, ele entrou no carro e ligou o rádio no painel. Um ruído cortado saiu pelos alto-falantes e em seguida ficou mudo. Ele apertou o botão de liga e desliga mais de uma vez e viu o padrão se repetir, ruído e silêncio.

– Fiquem aqui — ele disse, deixando Lorena e a filha ao lado do carro.

O amontoado do acampamento agora tinha se transformado em uma multidão ansiosa para sair de lá. Pessoas tentando encontrar seus carros, indo de um lado para o outro com velocidade e fazendo suas próprias tentativas de entender o ocorrido, mas a notícia não chegava de nenhum lugar, nem pelo rádio e nem pelo celular. Tudo que eles tinham era a voz uns dos outros.

Mauro abriu caminho entre as pessoas e chegou até a rodovia. Os carros pareciam um comprido quebra-cabeça cujo fim não podia ser visto dali. A fila acabava no horizonte, onde começava o céu cinzento.

– Ei! Ei, você! – no acostamento ele avistou um homem com um macacão de jardineiro sobre uma bicicleta e o interceptou – Você está vindo da cidade? O que houve?

O homem freou e apoiou os dois pés no chão. Ele usava um boné de um time de futebol e enxugou o suor que descia de dentro dele.

– Cara, eu não sei dizer direito, sei que algumas pessoas apareceram mortas por lá nas últimas horas. Muitas pessoas na verdade.

– Mortas?

– É, mortinhas. E o mais estranho é que sem sangue, sem hematomas, sem nada, e com os corpos quentes, como se estivessem queimando em brasas vivas.

– Isso não faz sentido – Mauro pôs as mãos na cintura e franziu as sobrancelhas.

– Mas é o que eu sei. Moro um pouco afastado do centro, na fazenda do patrão. Ainda não vi nada, mas todo mundo por lá já foi embora. Só ficamos eu, minha esposa e um primo que veio da capital contando a mesma história.

– Sei – Mauro olhou ao redor, ainda confuso – E essas mortes têm alguma coisa a ver com isso? – ele apontou para o congestionamento.

– Com certeza. A cidade está há dois dias sem energia e nada funciona. Umas redes de transmissão foram derrubadas no limite do município e em todo canto se encontra um corpo. As pessoas ficaram assustadas e começaram a pegar seus carros e procurar alguma cidade próxima. Outras partiram pro supermercado para estocar comida, água, essas coisas, mas acho que a uma hora dessas não sobrou muita coisa não.

– Há dois dias?! E como ninguém por aqui soube disso?

– Sem internet e sinal de TV e rádio, como alguém sabe alguma coisa? Foi sorte o meu primo ter conseguido uma moto e vir direto para cá. Ele disse que na ‘cidade grande’ a coisa começou um dia antes e muito pior. Mas parece que o caos chegou no interior também.

Mauro franziu a testa e olhou para o céu, gesto repetido pelo jardineiro. Não se via mais nem um tom de azul nele.

– E o que seu primo tem a dizer sobre o céu?

– Que comparado com o que viu por lá… aqui ainda está bem bonito.

Mauro desceu o queixo e encarou o homem. Ele era jovem e castigado pelo trabalho braçal.

– Posso perguntar para onde está indo?

– Minha mulher está grávida e é melhor eu ter bastante comida em casa pelos próximos dias, até isso passar, seja lá o que isso for. A outra cidade não fica muito distante daqui, acho que consigo ir e voltar para casa ainda hoje.

– Certo. Boa sorte. Obrigada pelo seu tempo.

O homem levantou a aba do boné e sorriu. Parecia preocupado, mas ainda não o bastante para se desesperar. Ele deu o impulso da primeira pedalada e se lembrou de dizer alguma coisa.

– Você está sozinho aí? – ele perguntou, antes de Mauro dar as costas.

– Com a minha família.

– Procure um lugar seguro, cara. Se não tiver uma dessas – ele bateu no guidão da bicicleta – não vai conseguir ir muito longe. Fique na floresta até tudo se acalmar. Aí tem tudo o que você precisa.

Mauro assentiu e acenou, a mão levemente trêmula, para o homem que seguiu seu caminho rumo ao horizonte cinzento.

Nas margens do rio, ele se lembrou desse homem. Ele teria conseguido escapar? Mauro não o viu voltar pelo mesmo caminho e gostaria de agradecer o conselho que ele dera sobre ficar na floresta. Embora ele não o tenha seguido desde começo, ali era, de fato, o lugar mais seguro desde que a morte chegara aos arredores.

Por algum motivo ainda não explicado, aquilo não entrava na mata densa e escura. Qualquer um que saísse dos limites da floresta só poderia contar com a sorte e ela não parecia estar exatamente dos lados das pessoas.

Naquele dia, Mauro, Lorena e a filha decidiram voltar para casa, uma vez que a pista contrária ao engarrafamento estava livre. Eram alguns bons quilômetros até a cidade e por todo o tempo eles foram acompanhando a fila interminável de veículos. Tensos, ninguém falou nada e nem a Katy Perry ousou abrir a boca.

Pelo retrovisor, Mauro viu que algumas famílias resolveram fazer o mesmo e seguiam em velocidade branda atrás dele. Outros, mais apressados, ultrapassavam pelo acostamento e pouquíssimos permaneceram no acampamento depois que o céu escureceu.

Os faróis ligados eram tudo que eles tinham de iluminação além do sol que parecia estar escondido atrás das nuvens pesadas e cinzas. Poderia vir uma tempestade, mas não tinha cara que choveria. Não tinha cara de nada.

Próximo a entrada da cidade algo estranho aconteceu e quem anunciou foi a pequena criança no banco de trás.

– Papai, as pessoas estão dormindo? – Mauro estava concentrado na estrada à frente e Laura se perdera nos pensamentos olhando o horizonte pela janela do carona. Ambos olharam ao mesmo tempo os carros do lado esquerdo e se deram conta de que todos os motoristas e passageiros estavam caídos sobre o volante, sobre a janela ou do lado de fora dos carros.

Mauro sinalizou uma parada à direita e encostou o carro. Olhou para trás e viu que quase mais ninguém estava na mesma rota que ele. Apenas um motorista resolveu parar no acostamento e outros dois seguiram adiante.

– Eu vou até lá – ele disse, e no mesmo instante foi impedido pela mulher.

– Pode ser perigoso.

– Vai demorar apenas um minuto.

Do lado de fora Mauro viu que o motorista atrás de si também saiu do carro. Ambos confusos e cautelosos.

– O que é isso? – era um homem alto, braços fortes e pescoço comprido. Estava sozinho e falava num tom de voz alto.

– Vamos ver.

O coração de Mauro acelerou ao atravessar a meia pista. Sentiu o chão morno, como se estivesse sob o sol forte há várias horas. Ninguém, até onde sua vista alcançou, se mexia.

Ele chegou mais perto de um Nissan Kicks de vidros escuros e encostou as duas mãos em concha para ver melhor. Do outro lado viu um casal e duas crianças. Muitas coisas jogadas no banco de trás, como roupas, brinquedos e um gato. O animal repousava no colo da filha mais velha e permanecia imóvel. Ele bateu no vidro e disse “Olá?”, mas não houve resposta.

Engolindo em seco, partiu para o carro de trás. Era um Fiat Uno ano 2006 com os vidros abertos. Um único homem, cabeça raspada e botões da camisa aberto, estava em posição de quem dormia quase a ponto de roncar.

– Senhor? – sem sinal, Mauro resolveu tocá-lo, e foi então que sentiu.

A pele do homem queimava feito uma fornalha, feito uma febre alta demais para qualquer ser humano sobreviver. A mão de Mauro voltou com velocidade e ele viu seus dedos se avermelharem na ponta. No mesmo instante, o outro homem gritou.

– Porra!

– Eles estão…

– Mortos! Mortos e queimando igual uma fogueira. Que diabos…?

A garganta de Mauro sentiu a secura de um dia atípico de verão. Ao mesmo tempo em que o céu continuava a indicar um dia anormal de chuva.

– Eu vou dar o fora daqui – o homem, ainda contendo a dor da queimadura na mão direita, deu dois passos para trás e sentiu o chão tremer. De repente, Mauro sentiu uma onda sobre seus pés vindo em sua direção. Depois outra, e em seguida uma mais forte. A temperatura aumentou e no mesmo instante o solado de seus sapatos ficou quente e ele viu a borracha iniciar lentamente o processo de derretimento.

– Saia do asfalto! – ele gritou, mas o homem, estupefato, ficou sem reação.

Mauro aplicou deu um puxão para descolar seus sapatos do chão e correu em direção ao seu carro, ainda com tempo de ver o homem tentar o mesmo, sem sucesso.

– Os tênis! Tire os tênis! – ele disse, com a mão na maçaneta, o chão esquentando, as ondas passando e o homem preso, sem conseguir voltar para onde veio.

– Não consigo! Socorro! – ao tentar desfazer o laço dos cardaços o homem entrara em contato com um material em chamas, embora não houvesse nenhuma labareda. Mauro previa que o mesmo iria acontecer com ele se ficasse por mais tempo ali, parado, e o calor poderia começar a derreter os pneus de seu próprio carro, a deixa para ele entrar e sair o mais rápido possível.

– O que houve? O que é isso?

– Ei!

– Mauro!

Lorena e o homem falaram ao mesmo tempo. Mauro deu a partida e o carro derrapou na pista quando ele fez a curva de volta para a floresta.

– Ei! Me tira daqui! – suplicou o homem, entre as tentativas desesperadas de tirar os sapatos dos pés. Mauro, ofegante, a boca seca e os olhos arregalados, viu pelo retrovisor uma rajada de ar atingi-lo e jogá-lo ao chão, inerte como as outras dezenas de pessoas dentro dos carros.

– O que foi isso?! Mauro! Meu Deus! O que está acontecendo? – Lorena, em pânico, punha as mãos no painel do carro e ficou inquieta no banco. Mauro dirigia rápido rumo ao acampamento.

– Não sei, mas precisamos nos esconder.

– Esconder de quê? – a filha passou a absorver o temor dos pais. Mauro girou a cabeça e olhou firme nos olhos da mulher.

– Está tudo bem, querida, não se preocupe – ele disse para a filha, olhando-a pelo retrovisor interno – Só não podemos voltar ainda para casa.

Mauro percorreu toda a margem do rio até a onde a água caía por um precipício. Gritou mais uma vez o nome delas e não houve resposta. O som da cachoeira abafou sua voz e qualquer outro ruído que viesse ao encontro dela. A respiração indo e voltando com velocidade fê-lo se cansar mais rápido. Ele pôs as mãos na cabeça e se ajoelhou. A calça – a mesma de todos esses dias – estava esfarrapada e suja, e o tecido fino foi rasgado pelas pedras onde ele se sustentou.

Mauro se odiou por ter dormido, era o seu dia de ficar vigilante, era o seu papel cuidar delas. Assim como era responsabilidade dele se embrenhar pela mata em busca de frutas, de lenha para a fogueira e de animais para as refeições – a parte mais difícil.

No início, quando a bola de ar quente atingiu a todos os que decidiram ficar no acampamento, só restara ele, Lorena e a filha, e, por ironia, por terem escolhido o lado da floresta que não era aberto ao céu. Eles levaram dias até entender que a coisa atacava em campo aberto, e que as árvores, de algum modo, os protegiam. Mas era difícil sobreviver quando você tinha que viver como um selvagem, principalmente se você foi obrigado a se transformar em um do dia para a noite.

O céu nunca voltou ao normal. Os dias eram cinzas, abafados, sombrios e assustadoramente silenciosos. Semanas se passaram até ele ouvir o barulho de um automóvel vindo pela estrada, onde uma faixa continha uma fila de carros estagnados e corpos dentro deles apodrecidos. Ele correu como um louco em direção ao acostamento para pedir ajuda. Uma carona, um pouco de gasolina – o que ele tinha não era mais suficiente para chegar à próxima cidade – uma esperança que fosse, mas o carro passou direto rumo a sua própria salvação ou morte.

Mauro decidiu voltar para a barraca, a velha barraca que fora tirada do armário para um dia feliz de acampamento e que se transformara em tudo que ele tinha em termos de segurança para si e para família. Ele olhou para o relógio no pulso e viu que a noite logo chegaria e tudo ficava pior quando a noite chegava. A escuridão, os barulhos da floresta, a sensação de que a onda quente poderia chegar a qualquer momento embaixo de seus pés, o medo de que aquilo não acabaria nunca e a quase certeza de que o sol, por mais que fosse da sua natureza se levantar no dia seguinte, não apareceria.

Ele se sentou no chão e olhou tudo o que tinha: a barraca, um tronco deitado servindo de banco, umas frutas colhidas no dia anterior, o resto azedo da carne de um animal que ele havia conseguido abater a duras penas e dois esqueletos prostrados na base de uma árvore a poucos metros dele. Um adulto e uma criança, ambos ainda vestidos com suas roupas femininas.

– Hoje é minha vez de vigiar a barraca. Nada vai perturbar vocês, eu prometo – ele disse, a voz ainda chorosa, olhando para os conjuntos de ossos colocados cuidadosamente em posição sentada.

Ele abriu a barraca e colocou a cabeça para dentro, deixando o resto de si do lado de fora, sobre o chão de terra. No dia seguinte, dali a mais ou menos doze horas, ele se levantaria, assustado, e procuraria por elas, como no dia que em tudo aconteceu. Mas ele não as encontraria mais na entrada do acampamento, como no dia fatídico.Por que elas foram até lá? Era uma fuga, uma tentativa?Ele não usaria mais uma maca improvisada de pau para arrastar seus corpos em chamas até a parte escondida da floresta, aquela onde Lorena não queria ir, e não esperaria mais que elas acordassem. Ele simplesmente fingiria que ainda poderia encontrá-las com vida. Um dia após o outro, uma tentativa após a outra. Seu consolo, quando a realidade caía sobre seus ombros, era que o mundo poderia estar quente, completamente quente, mas elas, pelo menos agora, estavam frias.

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Escritora, jornalista e leitora assídua desde que se conhece por gente. Escreve por achar que a vida na ficção é pra lá de interessante.

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Sabryna Rosa